Cândido Brasil lança em 2012 este livro de Poesia Regionalista.
O livro teve o apoio do Fundo de Cultura da Prefeitura de Cachoeirinha. Cidade inserida na Metrópole industrial, mas que com esta contribuição valoriza a escrita crioula.
Cândido Brasil não é apenas o presidente da Estância da Poesia Crioula, fundada em 1957, como em cada poema seu fica evidenciado na forma, no vocabulário como na temática a raiz crioula, localista, com olhar para o Rio Grande antigo, a permanência de espaços de outrora - sejam físicos e palpáveis como uma troteada no lombo de um cavalo, como no resgate da Memória, da busca do gaúcho, do gaudério, do campeiro, do homem comum, sonhando na sombra de um umbu, no lombo de um cavalo ou num galpão de CTG.
A insistente repetição em versos do termo gaúcho, traçando um modo de vida altivo e de princípios éticos é recorrente.
É muito difícil nos dias atuais debater e achar espaços fora deste nicho de tradições e resgate outro lugar e meios de comunicação para falar de versos crioulos.
Lendo seus versos autênticos sem "modernismos" que se veem em programas de rádio e TV onde se fazem loas à poesia crioula, mas esta vem com papel celofane para ser mais palatável.
Ninguém é obrigado a gostar de poesia concreta ou crioula. Há pessoas também que confundem lirismo com uma poesia de louvação, nada a ver com a Literatura. Mas a boa-fé e a ética nos impõem a sinceridade de apresentar, no caso, a poesia crioula sem roupagens exóticas. Foi o caminho de algumas figuras que merecem estudos e edições ou reedições de obras, como Jayme Caetano Braun, Noel Guarani. O grande iniciador deste gênero em poesia, Vargas Neto, merece reedição de suas obras.
Louvo a determinação de Cândido Brasil, meus aplausos ao pessoal da Estância da Poesia Crioula pela autenticidade.
Depois desta leitura, vou solicitar algumas indicações ao autor e realizar alguns debates sobre este gênero literário.
Continue suas campeiradas, meu caro Cândido Brasil.
Adeli Sell é professor, escritor e bacharel em Direito
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