A crônica deste mês demorou um pouco, mas saiu. Confesso que são tantas emoções que senti dificuldade em escolher por onde começar.
Ela se inicia em um final de tarde nublado em pleno São Paulo. Para variar, em um voo de conexão. Em menos de duas semanas cá estava eu me dirigindo, novamente, à Brasília. Desta vez, integrando a delegação do RS que participaria da Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde.
Uma Conferência que acontece após 18 anos. Sendo muito importante tendo em vista as condições da força de trabalho do SUS e a necessidade de refletirmos sobre os processos de educação em saúde. A precarização nas relações de trabalho que já ocorriam antes da mudança da lei trabalhista, só pioraram com as alterações.
Alta rotatividade de trabalhadoras e trabalhadores por vínculos precários, falta de compreensão do que é saúde coletiva, foco na média e alta complexidade (hospitais, clínicas especialistas) em detrimento a Primária (Unidades Básicas, por exemplo), a qual necessita desenvolver estratégias de promoção de saúde e prevenir agravos, são alguns dos motivos, mas não todos. Também vale comentar o quanto, ainda, algumas universidades não preparam os futuros trabalhadores/as para atuarem no SUS, muito menos avançar na perspectiva da saúde coletiva.
Viagem difícil. Além do atraso para sair de Porto Alegre, curto espaço para migrar de uma aeronave para outra, houve uma demora quase 50 minutos para decolar de São Paulo. Posso dizer, por estas viagens que realizei que está complexo voar, pelo menos para quem é do sul. Percebe-se diminuição de voos, passagens caras, espaço interno dos aviões cada vez menores e uma certa displicência de algumas companhias com os passageiros.
Questões do momento pós desastre. E sem uma regulação, é a impressão, das instituições que deveriam estar se envolvendo e buscando a melhoria efetiva.
Percebo que não era somente o tempo que estava enuviado, mas eu. Semanas de uma rotina enlouquecedora que resultou em cansaço, manifesto por dor -de-cabeça, olhos pesados e dificuldade de contato com as pessoas. Mas por que acham que compartilhei isto?
Então, pare, respira e sinta...
Quantas vezes a tua rotina também te deixou pesado?
Quando esticamos a linha, indo além do que podemos, o nosso corpo reage. Reage pedindo urgência. Isto nem sempre está relacionado a fazer o que desejamos. Podemos estar realizando ações que temos prazer, mas quando é demais, é inevitável somatizarmos (corpo mostrando as nossas emoções e sensações).
O que podemos fazer diante disto?
Primeiro, tomar consciência. Depois, agir em consonância com o que é necessário para diminuirmos o impacto.
A rotina às vezes, nos impulsiona à falta de consciência e à robotizado da vida. Te percebes assim em alguns momentos? Perceber nos dá a possibilidade de escolha, pelo menos do como desenvolver o nosso dia. Nem sempre podemos mudar as ações em si, mas podemos modificar a forma como as realizamos.
Convido vocês a olharem para estes aspectos. Estamos nos aproximando de algumas comemorações (para quem segue este calendário) que por si só já nos toca a olhar para o nosso viver.
Em meio a estas reflexões, a dor-de-cabeça diminui e acharam que não ia comentar nada sobre o lançamento do livro "Crônicas da Existência Vol. I"? Claro que não!!! Vocês fazem parte desta conquista!!!
Os momentos que tive tanto no Terezas Café e na 70ª Feira do Livro de Porto Alegre foram muito bacanas. Participam, pela segunda vez, da Vitrine de Lançamentos foi interessante. Conversar, através da escrita do livro, sobre produção literária foi instigante e motivadora.
Em meio à tudo isto, tomei posse na cadeira 196 da Academia de Letras do Brasil Seccional Rio Grande do Sul foi outro momento lindo. Ainda mais tendo como patronesse Lília Rosa do Nascimento, prima querida, importante na minha caminhada literária. Merece uma crônica em particular que produzirei posteriormente, pois tem tantos aspectos que pode estar contribuindo na caminhada de que vem acompanhando o meu processo.
Me despeço deste momento com Gratidão.
Gratidão por todas as experiências que vivi em 2024. Algumas sofridas, mas que têm me ensinado bastante.
Gratidão a vocês que me impulsionam a cada leitura e comentário a manter acesa a chama. Não desistir, mas ser resiliência e fé.
Desejo que as singelas reflexões que vocês têm feito seja de Luz e Propósito. Propósito não somente individual, mas coletivamente. Tanto para família, amigas, amigos, mas e ressoe naquelas pessoas que nem conhecemos, mas que habita a nossa grande casa - Gaia.
Quem possamos qualificar a nossa relação com o Planeta. Que possamos Vibrar mais Amor, Paz, Solidariedade, Humanidade!
Um ótimo 2025!!
Que sejamos Luz, Paz e Humanidade!!!
Patricia Ziani Benites
Psicóloga e escritora
Autora dos livros Tocando o Coração - Enxergando a Alma, Em busca da Alma perdida e Crônicas da Existência Vol I
Canal Youtube: Tocando o Coração Enxergando a Alma
Obrigado pela Crônica. Você nos atualiza com delicadeza e com o seu olhar poético sobre pontos importantíssimos de nossa realidade educacional, de aeroportos, de estresse da vida cotidiana, e nos sugere alternativas para a nossa caminhada visando a harmonia interna e com Gaia. Maravilha. Recebi o seu livro Crônicas da Existência , super lindo, aqui em BH e estou ansioso pra ler. Grande abraço. Paz e Bem