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Pelas Ruas da Zona Norte - Esquecimento

Várias pessoas felizmente tem se interessado por anotações que temos feito sobre o ESQUECIMENTO.

Como acredito que muita fantasia existe sobre GILDA MARINHO no passado e presente, resolvi retomar um pouco de sua história, fazem jus à sua memória, contra o esquecimento.

Ela tem nome de uma minúscula praça na região.


PRAÇA GILDA MARINHO

CEP 91330035

Bairro Chácara das Pedras*

*fica na divisa com o Bairro Três Figueiras, portanto estão erradas as indicações que a marcam neste.

Criada pela Lei n° 8.648, de 29 de novembro de 2000. Fica na confluência das Avenidas Teixeira Mendes, João Wallig e Rua Des. Hugo Candal, era conhecida como “largo” 2740. Trata-se na verdade de um micro praça.

Gilda Marinho era múltipla: jornalista, fez crônicas sociais muito além das amenidades, tradutora. Trabalhou na Revista do Globo e em vários periódicos da chamada "grande mídia", em rádios, como colaborou com publicações sindicais e operárias e da luta das mulheres. Foi bibliotecária na Faculdade de Belas Artes.

Mas a PLACA consta o que diz a Lei: “Charme e talento do jornalismo social”

A placa como já se lê na Exposição de Motivos - “Gilda, mulher, pioneira, espírito, humor, brilho, inteligência vivaz” – repete chavões, talvez por isso hoje ela está sendo esquecida e até apagada.

Era próxima (sem ser filiada) ao PCB, espaço onde nunca foi valorizada; foi se distanciando até chegar ao PSB e ao PTB, sendo defensora da posse de Jango, o que lhe custou muito caro.

Pouco se sabe sobre sua vida privada, porque ela mesma só "dava bandeira" na rua, nas vestes, com sua piteira e seu cigarro, o copo de uísque noutra mão, os jogos no Clube do Comércio em cujo prédio morava.

Por que é tão esquecida?

Porque não se enquadrava nos ditames machistas e conservadores do nosso Estado. No partidão não teria a mínima chance de exposição, ainda mais que foi largando o partido aos poucos. Vejam o que aconteceu com Lila Ripoll dos quadros do partidão.

Mulheres ainda no século XX sofriam grande discriminação, e no RS o machismo sempre vigorou.


ADELI SELL é escritor, professor e bacharel em Direito.

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