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Pelas Ruas da Zona Norte - Uma grande mulher

Já falamos aqui de algumas justas homenagens na Zona Norte a mulheres de nossa cidade e do Estado.

Falamos da poeta Lila Rippol, da escritora Mery Weiss, da jornalista e escritora Carolina von Koseritz.

No velho caminho dos Moinhos, que era uma das vias para acessar a longínqua Zona Norte de então, se criou o Bairro Moinhos de Vento, um dos mais nobres da cidade de então.

E o primeiro nome feminino a ter uma rua foi o da professora e escritora LUCIANA DE ABREU.

Um pouco de sua história:


RUA LUCIANA DE ABREU

CEP - 90570-060

Bairro Moinhos de Vento

Segundo a Câmara Municipal, não tem lei que a nomine. Via que vai da Rua Eng. Álvaro Nunes Pereira a Rua 24 de Outubro. Ela é asfaltada, com pequeno trecho em pedras regulares, muito arborizada.

Na região, educadores e pessoas ligadas à cultura, foram homenageados como Hilário Ribeiro (professor e escritor), Fernando Gomes (teve o primeiro colégio privado da capital), Barão de Santo Ângelo (Manuel de Araújo Porto Alegre – intelectual), cabendo para a professora, poeta, partícipe ativa do Parthenon Literário um nome de uma das vias deste bairro nobre da cidade.


Luciana de Abreu foi uma criança colocada na Roda dos Enjeitados da Santa Casa. Nasceu em 1847 e faleceu em 1880 com apenas 33 anos incompletos, vítima de tuberculose. Adotada por uma família de um guarda-livros de classe média, tendo tido também uma convivência com sua madrinha de uma família aristocrática, que inicialmente a incentiva com seus dotes de declamadora. Mas ainda criança falou num sarau contra a escravatura, o que lhe trouxe problemas pois a família utilizava de mão de obra escrava.

Conseguiu se formar professora quando já era casada, com uma filha e grávida de seu filho. Teve estes dois. Foi ajudada e incentivada por Apeles Porto, Caldre e Fião, um dos mentores do Parthenon Literário e autor de A Divina Pastora, bem como seu padrinho Gaspar, com cuja família foi criada.

Foi poeta, professora, pioneira da luta pela emancipação das mulheres no Rio Grande do Sul. Participou do Parthenon Literário.

Num censo de 1840, 7 anos de ela nascer, havia em Porto Alegre, 1/4 da população ainda era negra; isto que de 1825 em diante houve forte imigração de alemães para cá.

Um ano após seu nascimento a Ponte de Pedra já era usada, apesar de concluída em 1854, foi construída por mão de obra escrava.

O Mercado Público Central foi entregue à cidade no período de sua vida, 1859, com utilização de mão de obra escrava.

Lembrando que a o Engenheiro Sertório utilizou mão de obra escrava na abertura da Estrada que hoje se chama Avenida Sertório.

Estes elementos devem ter levado ao processo de consciência de nossa Luciana de Abreu.

Dante de Laytano reuniu, em 1949, reuniu vários de seus poemas em três volumes, sob o nome de Preleções. Livro esgotado.

Já o escritor Benedito Saldanha lançou em 2012 o livro Luciana de Abreu

Na semana que vem, tem mais.


ADELI SELL é escritor, professor e bacharel em Direito – 51.999335309 – adeli13601@gmail.com


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