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POR QUE NUNCA TEVE UM ‘CAMPUS PARTY’ NO RS?

Tenho feito muitas perguntas. Todas sem respostas por quem deveria responder. Entendo, eles não tem nada a dizer. Respondendo vão tropeçar sobre seus passos mal dados.

Como sou insistente, pergunto ao governo local, ao governo estadual: POR QUE NUNCA TEVE UM ‘CAMPUS PARTY” NO RS?

Tem nome estrangeiro como o South Summit que critiquei, mas aqui é um Festival aberto, algo parecido pelo menos.

O que é afinal? Campus Party é o maior festival de tecnologia, empreendedorismo, ciência e disruptividade do mundo, com mais de 70 edições realizadas em 30 países.

Publicidade? Sim. Não deixa de ser. Mas fui conferir. E você, por favor, confira, faça comparações e vamos dialogar.

Campus Party é realizado em grandes locais, como estádios, centros de exposições e ginásios. O espaço precisa ser grande para abrigar as áreas de camping, praça de alimentação, arenas, e auditórios para palestras e oficinas. A “cidade” Campus Party nunca dorme.

Opa, acampamentos? Isto deve chocar a granfinagem de um South Summit. “Praça de Alimentação”? Opa, sim, esta moçada que vem para eventos de trocas de saberes não se acha dona do mundo digital. Eles não tem grana para comer e beber no Embarcadero, nem nas cantinas e casas de “fondue” do Gramado Party. Ah, são “nerds”. Sim, seria algo como “eu sou da tribo do mundo cibernético”. Estou aqui e ninguém tasca. Satisfeito?

Quer mais? “Nerds” gostam de livros, estudos, games, jogos de tabuleiro, ciências e computadores.“Nerd” procura pessoas com o mesmo gosto e estilo. E são milhares. Às vezes podem espantar os incautos.

Tem gente que não gosta de “nerd”. São pouco dados aos influenciadores da moda, sua moda é se vestir do jeito que gostam e podem. De forma simples, despojada. É uma galera com pouca grana, mas muita cabeça, antenados o tempo todo.

Fazem muitas descobertas. É gente que não tem mania de tirar “selfies” – retratos pessoais o tempo todo.

Esta turma compra suco, pão e mortadela no boteco da esquina. Em Porto Alegre iriam se fartas ali na Andrades com os PFs, com comida barata e de boteco. Outros, sem dúvida, iriam ao Mercado Público. O Mercado Público nem ficou sabendo do South Summit.

Não vão a hotel de 5 estrelas. É gente de acampamentos, de hostel, hotéis baratos. Mas gastam muito porque são milhares em cada evento. Iriam adorar ficar no Parque da Harmonia. Mas como está privatizado, a Prefeitura ou o Estado teriam que pensar um pouco mais do que pensaram para o South Summit.

Foto do site da Campus Party.

Antes que me perguntem quem vai financiar? São muitos, nos que saíram pelo país afora tem governo federal, Estados e muitas empresas.

Seus gastos não chegam pela metade de um South Summit.

Seu legado é grande, pois ficam oficinas, aprendizados de robótica, computadores, tem inclusão de fato, coisa que não tem no Gramado Summit nem no South Summit.

Deixo claro que não tenho ligações com o Instituto Campus Party. Fui atrás e pesquisei, descobrindo pessoas que tem muito a dizer e fazer nestes eventos. Não tenho nada a ver com o FISL – Fórum Internacional de Software Livre – parado desde 2018 – por falta de recursos e apoios. Estou buscando dados para noutra matéria repassar tudo. Mas é um evento inclusivo que precisamos resgatar.

Em Goiás no ano passado, 4ª Campus Party atraiu 150 mil pessoas. Sim, vocês leram corretamente CENTO E CINCOENTA MIL, não esta merreca de menos de 10 mil do South Summit.

A 5ª Campus Party Brasília (CPBSB5), realizada na Arena BRB Mané Garrinha entre os dias 5 e 9 deste mês, trouxe ao público uma intensa experiência de conhecimento nas áreas de eSports, tecnologia e empreendedorismo. A Área Open recebeu mais de 140 mil pessoas, enquanto na Arena circularam cerca de 13 mil pessoas, com 2.500 campuseiros que, acampados no evento, desfrutaram de uma internet de 20 GB. Ao todo, foram mais de 500 palestrantes durante os cinco dias, com mais de 400 horas de atividades.

Leram corretamente: tinha internet de fato. Tinha palestrantes: 500. Passaram, isto é, usufruíram, 140 mil pessoas. Foi num Estádio de futebol. Poderiam fazer no Zequinha algo assim.

Aqui, espremidos nas ocas na beira do Lago, não tinha papo: ou pagava o ingresso caríssimo ou não entrava. Quem pagou as ocas foi o governo do Leite, que não tem grana para os professores aposentados.

As 13 mil pessoas que adquiriram ingressos para a Arena puderam acompanhar palestras sobre blockchain, cultura maker, games, educação e empreendedorismo em três palcos distintos, dizem os organizadores.

Falaremos um pouco do legado deixado, porque aqui nada ficou do South Summit.

A Campus Kids trouxe atividades para toda família. Pais e filhos conheceram um pouco do universo maker e construíram seu primeiro robô. Além disso, a Campus Party Brasília recebeu mais de 7 mil alunos de escolas públicas, que pilotaram drones e simuladores, acessaram o mundo dos games e participaram de palestras e workshops. (Sidiane Zanin, diretora do Programa Include do Instituto Campus Party).

A Campus Party Amazônia ocorre entre os dias 11 e 15 de outubro de 2023, em Manaus.

Em Goiás, de 7 a 11 de junho, no Shopping Passeio das Águas, em Goiânia vai ter mais uma edição, como aconteceu em 2022.

Afinal, POR QUE RAZÃO NUNCA TIVEMOS UMA ‘CAMPUS PARTY’ EM PORTO ALEGRE OU NOUTRA CIDADE DO RIO GRANDE DO SUL?


ADELI SELL é professor, escritor e bacharel em Direito.




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