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Tecnologias Assistivas como facilitador no cuidado ao idoso



Este é um tema que vem sendo abordado por diferentes áreas que buscam facilitar a vida daqueles que precisam de auxílio por deficiência ou limitações. Embora a terminologia tenha surgido legalmente no Brasil em 2015, com a publicação da Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015 - Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (LBI), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, ainda é necessário discutir e divulgar a utilização desses recursos inseridos no contexto de diferentes áreas profissionais, principalmente, quando tratamos dos cuidadores de idosos. Estes profissionais devem ter acesso a cursos que os preparem para o mercado de trabalho. Sendo assim, comecemos falando do que tratam as “tecnologias assistivas”.

O termo Tecnologia Assistiva (TA) é utilizado para identificar recursos que fornecem auxílio e promovam a ampliação de uma habilidade funcional deficitária, contribuindo para a realização de determinada função que se encontra impedida, devido a problemas funcionais ou pelo envelhecimento, gerando dessa forma, a acessibilidade dentro da moradia. Estão inclusos nesses recursos os materiais e produtos que favorecem a autonomia para a realização de tarefas cotidianas, proporcionando maior mobilidade e controle do ambiente. Exemplos desses equipamentos são os talheres modificados, suportes para utensílios domésticos, recursos para transferência e barras de apoio (BERSH, 2017).

Em se tratando especificamente do universo dos idosos, a tecnologia assistiva é um conjunto de métodos, procedimentos, práticas e equipamentos criados e pensados para trazer mais segurança, saúde e bem-estar aos idosos. Além disso, ela se torna uma ferramenta primordial para promover a igualdade, para que a pessoa idosa se sinta cada vez mais acolhida pela sociedade. Para determinar qual a melhor tecnologia assistiva para um idoso, é preciso fazer, frequentemente, uma avaliação do seu estado de saúde, tanto físico quanto mental. Essa avaliação é feita de forma individual e criteriosa, e começa com a escuta das queixas do idoso, passando para avaliações físicas. O cuidador do idoso é o profissional que está presente no dia a dia do idoso, portanto é aquele que melhor pode auxiliar as demais áreas nessa avaliação.

Retomando um pouco da realidade do idoso, diferentemente de tempos atrás, em que a maior parte deles morando com um familiar ou pessoa próxima, com vários filhos e amigos por perto, facilitando o contato e o pedido de ajuda, hoje em dia, essa realidade tem sido diferente e a tendência é de idosos mais independentes, morando sozinhos e com menos visitas familiares, devido à correria do dia a dia. Nesse sentido, a tecnologia assistiva através de serviço ou produto faz com que o idoso tenha ainda mais autonomia no seu dia a dia, mas sem abrir mão do monitoramento diário, fundamental nessa fase da vida. É uma maneira de garantir a assistência de saúde e segurança que as pessoas precisam nessa fase da vida.

Como a tecnologia assistiva pode ajudar o idoso nas atividades diárias e quais os tipos? A tecnologia assistiva se faz importante para diversas funções humanas básicas, como melhorar o desempenho em atividades diárias, entre elas, higiene pessoal, alimentação, dirigir, autocuidado, monitoramento de sinais vitais e outras. No Brasil, a tecnologia assistiva ainda é algo novo, mas também já é possível ver resultados. Elas são definidas em tecnologia assistiva de recursos e tecnologia assistiva de serviços. A tecnologia de recursos pode ser qualquer item que melhore, aumente ou mantenha a capacidade funcional dos idosos. Esses produtos podem ser fabricados em série ou sob medida. Como por exemplo, aparelho de audição, equipamentos de comunicação, materiais de auxílio visual, chaves especiais, próteses, andadores e bengalas, cadeira de rodas, adaptação de ambientes, como puxadores de portas, barra de segurança em diversos cômodos da casa como corredores e banheiros, marcadores de meia e sapatos, adaptadores para vestimenta. Já as tecnologias assistivas de serviços são, geralmente, transdisciplinares e são ferramentas de suporte para diversos profissionais que prestam serviços para idosos, como: fonoaudiologia, enfermagem, fisioterapia, medicina, arquitetura, engenharia, educação, psicologia e terapia ocupacional e não esquecendo também do cuidador de idosos. Podemos citar um exemplo muito comum da tecnologia de serviço que é o de monitoramento emergencial para idosos, que usa uma tecnologia de teleassistência para dar suporte ao idoso 24 horas por dia.

Outro aspecto relevante trata da relação da tecnologia assistiva aplicada à moradia do idoso. A preocupação com a relação idoso-ambiente é de suma importância, uma vez que o planejamento do ambiente construído é o que garantirá qualidade de vida no processo de envelhecimento (JÚNIOR et al, 2013). A pessoa idosa é profundamente ligada à sua permanência no lar, local onde se observa o envolvimento direto do indivíduo junto a um ambiente afetivo, o que constrói a sensação de conforto e segurança. Por esse fato, a permanência do idoso no próprio lar se faz fundamental, já que garante a manutenção de um estilo de vida adequado, que promove a satisfação com a vida, a preservação da capacidade funcional e a autonomia (MINCATO; FREITAS, 2007). Isso nos mostra claramente a importância de adaptar a habitação às incapacidades físicas que surgem no decorrer do tempo. Nesse sentido, o cuidador de idosos tem muito a contribuir nas adaptações necessárias em cada etapa desse processo.

O crescente número de idosos brasileiros é um alerta para diversos segmentos da sociedade que lidam com acessibilidade, mobilidade e adaptação. Assim, a tecnologia assistiva no espaço físico habitado pode incentivar deprimir, cuidar ou colocar em risco o idoso que o utiliza. A utilização das tecnologias assistivas, sem dúvida, promove uma casa mais segura, auxiliando os cuidadores a prestarem um serviço de melhor qualidade e conforto ao idoso, prevenindo acidentes, quedas e institucionalizações, bem como resgataria a autonomia e independência do idoso, fazendo com que ele não sinta mais a necessidade de se ajustar à falta de acessibilidade dentro da própria casa.


Maria da Graça Munareto é enfermeira especializada no tratamento de idosos.

Cel 51 99541-8345

Fixo 51 3013 6339

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